domingo, 18 de janeiro de 2009

Dia de Folga

O Clássico-Mor das sessões da tarde.

CURTINDO A VIDA ADOIDADO
(Ferris Bueller's Day Off; EUA, 1986)
Dir.: John Hughes
Com Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jefferey Jones
1h42 min - Comédia



Eu nasci na primeira metade da chamada "década perdida". Passei tardes após a escola dividido entre as intermináveis "lições de casa", meus bonequinhos e a televisão. Sessões da tarde. Filmes descompromissados, leves e que curiosamente eram repetidos de vez em quando. Molly Ringwald as vezes estava lá. Eddie Murphy também. Mas era um filme, dentre todas as fartas repetições, que mais me chamava a atenção: A história de um adolescente, um tanto mais velho do que eu, que decidia enganar os pais e curtir um dia na cidade grande sem restições. Não que enganar os pais fosse a atitude mais recomendada. Mas ainda assim... E se?

Ferris Bueller resolve contar uma história mirabolante (e muito bem arquitetada) a seus pais, dizendo que não poderá ir à escola hoje. Ele está muito doente. Dentre os sintomas, que muito lembram o filme "Alien", ele consegue a simpatia de toda a cidade com sua pequena desculpa para sair com seu melhor amigo Cameron e sua namorada Sloane em direção a Chicago, na Ferrari que empresta do pai de seu melhor amigo.

"Hoje não posso... Tô muito doente...."

Ingenuidades à parte, "Curtindo a Vida Adoidado" ganhou o status de clássico por incorporar o sonho de todo adolescente. Talvez não exatamente sonhos, mas com certeza a coragem de peitar a sociedade com base em blefes. Temos a personificação do vilão através do diretor da escola que irá travar uma batalha para descobrir o verdadeiro paradeiro de Ferris, enquanto este, bota toda Chicago para dançar ao som de "Twist and Shout", na cena mais memorável do filme. Uma obra que respira "anos 80" por cada frame e que encantou gerações. Matthew Broderick, que foi catapultado ao estrelato após seu Ferris, capta a essência de um aventureiro juvenil, o que podemos perceber pelas expressões e trejeitos que, sustentado por uma lábia infernal, garante um dos programas cinematográficos mais bacanas de todos os tempos. Salvem este clássico. Salvem Ferris!

Nota 9,0

Cena do Filme:

domingo, 4 de janeiro de 2009

Mosaico Humano

Um dia na busca por um sentido na vida.

MAGNÓLIA
(EUA, 1999)
Dir.: Paul Thomas Anderson
Com Julianne Moore, Jason Robards, Phillip Seymour Hoffman, Tom Cruise
3h 08 min - Drama


Esta seção do cinematico foi criada para filmes que foram lançados há um certo tempo e que não estão mais em verve como no passado. E para filmes que de alguma forma não tiveram tanta repercussão aqui no Brasil. Em 2000, uma magnifica e densa história, com três horas de duração chegou aos cinemas nacionais trazendo astros de peso, como Tom Cruise, Julianne Moore, Phillip Seymour Hoffman e muitos outros. Indicada a 3 Oscars. Não é o típico filme que vira sucesso de bilheteria. Não é o típico filme que as pessoas assistem repetidamente. Porque "Magnólia"não é um filme comum.

O filme relata um mosaico de histórias que se sucedem em um dia no vale de São Fernando, mais precisamente na Av. Magnolia. Personagens em busca de redenção, felicidade e de paz interior: O Executivo que está morrendo, a dependência química de sua "esposa-troféu" e a busca pelo filho perdido, auxiliado pelo enfermeiro que se sente impotente em meio a tanta tristeza. A filha do apresentador de um programa de TV, que tem problemas com o pai e encontra conforto nos braços de policial que se sente inseguro. E os participantes deste programa de perguntas e respostas que inclui um novo gênio-mirim que está sobre grande pressão, e a história do gênio-mirim de outrora, esquecido, que busca um novo romance, mas que para isso, precisa de dinheiro para comprar um aparelho novo.

"Fala mais alto e devagar pra eu te ouvir direito..."

É um épico contemporâneo. Pesado à sua maneira, mas minucioso e preocupado em deixar o espetador a par de cada passo catastrófico e de cada decisão difícil que seus personagens precisam tomar. O diretor Paul Thomas Anderson (um dos grandes achados de Hollywood) tem total controle sobre sua história de coincidências, buscando mostrar como um mundo que nos parece tão problemático e que pode parecer tão pequeno. As pessoas que complicam uma vida que poderia ser tão mais simples. Tudo conduzindo a um clímax que, de tão incomum se torna original. Mas é preciso ter muita paciência. É um filme que requer atenção e compreensão. Ou você nunca sentiu tristeza na vida?

Nota 9,5

Trailer (sem legendas):