O Clássico-Mor das sessões da tarde.
(Ferris Bueller's Day Off; EUA, 1986)
Dir.: John Hughes
Com Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jefferey Jones
1h42 min - Comédia

Eu nasci na primeira metade da chamada "década perdida". Passei tardes após a escola dividido entre as intermináveis "lições de casa", meus bonequinhos e a televisão. Sessões da tarde. Filmes descompromissados, leves e que curiosamente eram repetidos de vez em quando. Molly Ringwald as vezes estava lá. Eddie Murphy também. Mas era um filme, dentre todas as fartas repetições, que mais me chamava a atenção: A história de um adolescente, um tanto mais velho do que eu, que decidia enganar os pais e curtir um dia na cidade grande sem restições. Não que enganar os pais fosse a atitude mais recomendada. Mas ainda assim... E se?
Ferris Bueller resolve contar uma história mirabolante (e muito bem arquitetada) a seus pais, dizendo que não poderá ir à escola hoje. Ele está muito doente. Dentre os sintomas, que muito lembram o filme "Alien", ele consegue a simpatia de toda a cidade com sua pequena desculpa para sair com seu melhor amigo Cameron e sua namorada Sloane em direção a Chicago, na Ferrari que empresta do pai de seu melhor amigo.

"Hoje não posso... Tô muito doente...."
Ingenuidades à parte, "Curtindo a Vida Adoidado" ganhou o status de clássico por incorporar o sonho de todo adolescente. Talvez não exatamente sonhos, mas com certeza a coragem de peitar a sociedade com base em blefes. Temos a personificação do vilão através do diretor da escola que irá travar uma batalha para descobrir o verdadeiro paradeiro de Ferris, enquanto este, bota toda Chicago para dançar ao som de "Twist and Shout", na cena mais memorável do filme. Uma obra que respira "anos 80" por cada frame e que encantou gerações. Matthew Broderick, que foi catapultado ao estrelato após seu Ferris, capta a essência de um aventureiro juvenil, o que podemos perceber pelas expressões e trejeitos que, sustentado por uma lábia infernal, garante um dos programas cinematográficos mais bacanas de todos os tempos. Salvem este clássico. Salvem Ferris!
Nota 9,0

